Anchieta, de cidadezinha pacata, para favelão violento?
Anchieta Transparente
Coordenação
Vale atrairá 20 mil trabalhadores
e fará alojamento apenas para 8 mil
A diretora da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), da Vale, afirmou que serão construídos alojamentos para abrigar 8 mil trabalhadores. O anúncio agradou ao governo do Estado, mas, na região, a afirmação é de que, com os anúncios da empresa, centenas de trabalhadores chegam à região mensalmente, contribuindo para a favelização iniciada com a Samarco, há mais de 20 anos.
A informação da Vale é de que, que desta vez, o município contará com os alojamentos estruturados com médicos, comércio e lazer. A diretora informou ainda, em audiência pública, que os trabalhadores deverão ir aos finais de semana para suas casas.
Entretanto, os trabalhadores já começaram a chegar à região, conforme denunciado por entidades da sociedade civil organizada à própria diretoria da CSU. E os problemas já começaram.
A informação do Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama) é de que os trabalhadores que chegam à região vêm das mais diversas partes do País, e estão contribuindo para a favelização na região justamente pela falta de estrutura do município para receber um empreendimento deste porte. Mesmo que mobilizados para viver em um alojamento – que não abrigará os 20 mil trabalhadores anuncados pela CSU – nada foi dito ainda sobre a desmobilização desta mão de obra, diz a ONG.
Segundo o Gama, junto com os trabalhadores, os municípios convivem com cenários jamais vividos, como a prostituição e o tráfico de drogas. Além disso, também foram constatados o aumento de violência e a queda na qualidade de vida dos moradores diante da falta de infraestrutura em hospitais, escolas e demais serviços sociais.
Só em Guarapari, alertou a ONG, houve 80 homicídios no ano de 2008, durante a fase de mobilização de trabalhadores para a ampliação da Samarco.
Só em Guarapari, alertou a ONG, houve 80 homicídios no ano de 2008, durante a fase de mobilização de trabalhadores para a ampliação da Samarco.
Na região, o alerta é de que, por trás das promessas de desenvolvimento, muitos impactos são deixados de lado pelas autoridades.
Dos 38 mil empregos anunciados pela CSU/Vale, 20 mil só serão utilizados no período de pico das obras. Já os 18 mil que deverão ser contratados durante o período de operação superam o número de habitantes de Anchieta, calculado em 17 mi até dezembro de 2010.
A informação é que o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) também não dá crédito ao problema denunciado no município. Segundo o Gama, os impactos previstos com o inchaço populacional não são descritos de acordo com sua dimensão, enquanto a criação de vagas de trabalho e “vantagens do desenvolvimento” ocupam boa parte do tópico “impactos” do Rima. Já as medidas mitigatórias descritas repetem o que se viu no passado e que há muito se mostraram ultrapassadas.
Ao todo, a CSU vai instalar na região uma siderúrgica, uma ferrovia e um porto, tudo em uma área de 1,3 mil hectares. Sobre a poluição que será gerada, a CSU declarou que utilizará "os melhores equipamentos para não prejudicar o meio ambiente, desde que isso seja viável economicamente”.
Além dos impactos na infraestrutura da região, a CSU irá gerar, segundo o Gama, impactos à saúde dos moradores, já que será construída em perímetro urbano e irá emitir 9,7 milhões de toneladas de CO2 por ano na região. Caso o município alcance os 100 mil habitantes previstos em 6 anos, haverá também déficit no sistema de saneamento da região.
Anchieta, que já abriga a Samarco Mineração S.A. (que produz hoje 23,5 milhões de toneladas de pelotas anuais) com suas três usinas, sediará ainda mais dois píeres, um gasoduto e uma quarta usina da Samarco. Em Presidente Kennedy, a situação também não é diferente. Para lá estão previstos três usinas de pelotização, um mineroduto e um porto de águas profundas, o que, para os especialistas, gerará um inchaço populacional em toda a região de Anchieta, Guarapari, Piúma, Iriri e Presidente Kennedy.
Anchieta, que já abriga a Samarco Mineração S.A. (que produz hoje 23,5 milhões de toneladas de pelotas anuais) com suas três usinas, sediará ainda mais dois píeres, um gasoduto e uma quarta usina da Samarco. Em Presidente Kennedy, a situação também não é diferente. Para lá estão previstos três usinas de pelotização, um mineroduto e um porto de águas profundas, o que, para os especialistas, gerará um inchaço populacional em toda a região de Anchieta, Guarapari, Piúma, Iriri e Presidente Kennedy.
Por: Flavia Bernardes www.seculodiario.com.br
Sou comerciante de Itaguaí-RJ, o que posso dizer pra voces é o seguinte.A TKCSA quando veio foi uma festa para todos, mas 4 anos depois:Não temos os empregos prometidos, pois eles trabalham com 1800 pesoas, muitos vindo de fora por qualificação.
ResponderExcluirMuita poluição,as pesoas doentes, e nenhum recurso hospitalar ( algumas pessoas terão que ser monitoradas por 20 anos por ter inalado a chuva de prata).
Os imoveis despencaram de preço, pois ninguem quer vir morar na poluição.
Aumento muito consideravel da violencia, pois a obra acabou e muitos operarios ficaram na cidade sem emprego.
CUIDADO A BOMBA ESTÁ NO COLO DE VOCES!!!!