LUTA PELA TERRA. Auto-reconhecimento da comunidade indígena Tupiniquim da Chapada do A em Anchieta
Os índios da Aldeia de Caieiras Velha em Aracruz, norte do estado, participaram efetivamente na realização do evento. A missa foi celebrada pelo padre Firmino e todos os presentes pediram uma basta a instalação da CSU nas terras pertencentes aos descendentes dos índios tupiniquins
ANCHIETA – ES (Por Fabiano Peixoto e fotos de Aécio Flávio Rezende/ESTADO ES) Foi realizada no último dia 26 (sábado) uma celebração entre índios Tupiniquim de Aracruz, norte do estado, e os seus descendentes da Chapada do A de Anchieta, sul do estado, com o objetivo de promover o intercâmbio entre as comunidades e celebrar o auto-reconhecimento da comunidade indígena.
O evento iniciou, logo pela manhã, no Ginásio de Esportes da comunidade, com um culto evangélico da igreja Maranata da Serra/ES e em seguida uma missa com o padre Firmino da paróquia de Anchieta. Este ano, coincidentemente, o tema da Campanha da Fraternidade de 2011 que é justamente “Fraternidade e a vida no planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto”, onde nos faz refletir exatamente sobre a questão ecológica, com foco, sobretudo, no problema das mudanças climáticas. Ela se coloca em sintonia com uma cultura que está se expandindo cada vez mais, em todo o mundo, de respeito pelo meio ambiente e do lugar em que Deus nos coloca, não só para vivermos e convivermos, mas também para fazer deste o paraíso com o qual tanto sonhamos.
À tarde, houve um almoço comunitário. Logo depois, o evento seguiu para a Câmara Municipal de Anchieta. O local ficou marcado pelos fortes apelos e palavras de ordem onde os organizadores e os presentes proferiram diversos “Não” a instalação da CSU/Vale.
REMOÇÃO DAS COMUNIDADES
Contudo, os presentes ainda foram alertados para a construção da ferrovia da Vale e a destruição de propriedades agrícolas; a remoção da comunidade de Monteiro e a destruição das reservas ambientais da Ilha do Papagaio e Monte Urubu. A região a qual a empresa pretende instalar-se é um grande sítio arqueológico dos índios e é cercado de reservas ambientais (manguezais, ilhas e montes) que foram preservados por várias gerações. Tendo estes mesmo, uma forte relação com as fontes de subsistência dessas comunidades. Segundo algumas fontes, a vinda no entanto da CSU/Vale é certa e deve passar um rolo compressor em cima de todas famílias que se recusarem a sair da COMUNIDADE CHAPADA DO A. A Vale/CSU tem como sócia a chinesa Boostel que será vistada a partir do dia 13 por uma comitiva de empresários do Sul do Espirito Santo, incluindo na lista a presidente da Câmara de Anchieta, vereadora Dalva da Matta.
LUTA DOS INDÍGENAS
Entretanto, o evento ainda teve um caráter especial, quando o mesmo está sendo marca da luta da comunidade indígena, morador da região, como um verdadeiro símbolo de fortalecimento, uma vez que suas terras sejam reconhecidas por um processo já iniciado pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) com o objetivo de impedir a real instalação da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU/Vale) no município.
A celebração foi promovida pela Associação de Moradores da Chapada do A; Associação de Catadores de Caranguejo de Anchieta; Associação de Pescadores de Ubu e Parati; Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama) e Rede Comuna Verde.
O evento contou ainda com o apoio da Via Campesina; Rede Alerta; Federação das Associações de Moradores e Movimentos Sociais do Espírito Santo (FAMOPES); SINDIMETAL; CUT-ES; Câmara Municipal de Anchieta; Diretório Central dos Estudantes (DCE – Ufes) e do curso de mestrado em políticas públicas e desenvolvimento local da Emescam, faculdade com sede em Vitória-ES.
Fabiano Peixoto
E-mail: fabianopeixoto@hotmail.com
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