Protesto contra impactos da Vale deixa feridos e um morto na Colômbia
Flavia Bernardes
Além das evidências e do prêmio Public Eye Awards de pior empresa do planeta, a Vale enfrenta uma onda de manifestações em todo o mundo. Desta vez, os protestos são na Colômbia, onde sua atividade é responsabilizada por contaminar três comunidades. Uma linha férrea já foi interditada, carros e casas incendiados e, além dos feridos, uma pessoa foi morta durante o confronto, que começou nessa terça-feira (13), em Plan Bonito.
O protesto interrompeu a linha férrea que escoa carvão para a mineradora, impedindo o tráfego de mais de 100 caminhões, com capacidade para carregar 35 toneladas de carvão cada, e do trem com 135 vagões carregados de minério.
Com o clima tenso, os manifestantes deixam claro que os protestos fazem parte de uma sucessão de impactos gerados pela Vale na região. O estopim, no entanto, foi a contaminação de três comunidades de La Loma. A informação da ONG Justiça nos Trilhos e Justiça Global, é que a empresa não se pronuncia sobre o reassentamento de famílias que estão adoecendo devido à contaminação por particulados.
Revoltados com a omissão da empresa, os moradores de La Loma se juntaram ao protesto, tornando ainda mais tensa a situação na região, gerando o confronto com a polícia anti-distúrbios.
Na Colômbia a Vale produz carvão térmico extraído da mina a céu aberto. Localizada ao lado da cidade de La Loma, a mina ocupa uma área de 9.693 hectares. A empresa opera também o Porto de Rio Córdoba, situado na costa caribenha do departamento de Magdalena, e conta com 8,4% de participação na Ferrocarriles Del Norte de Colombia S.A. (Fenoco), que administra a ferrovia de ligação entre as operações de carvão da Vale e o porto. As mineradoras Drummond, Glencore e CNR também exploram minério no departamento de Cesar, em La Loma.
Os moradores de La Loma exigem que a Vale remova o depósito de minério da região e comece a fazer aterros. Além disso, cobram que o eucalipto que forma a cortina em vota dos depósitos parem de ser cortados, já que estes eram a única barreira implantada pela empresa na região para impedir a dispersão dos seus sedimentos. E ainda que a Vale invista em capacitação e oportunidades de trabalho.
As cobranças repetem o que é cobrado da mineradora em diversas partes do globo. Até o momento, as negociações têm sido realizadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento (Fonade), uma instituição do governo colombiano contratada pela empresa, mas que não tem cumprido com prazos e exigências da população. Os manifestantes querem que as intermediações sejam feitas por representante da Vale Colômbia ou Vale Brasil.
Além das fronteiras
Contando com a manifestação na Colômbia, desde o início de 2012, cinco outros atos contra a Vale já foram registrados no mundo, em diferentes países. Em suma, os protestos visam a bloquear as ações da empresa em determinadas regiões onde os impactos são considerados irreversíveis e a saúde humana está ameaçada.
As cobranças repetem o que é cobrado da mineradora em diversas partes do globo. Até o momento, as negociações têm sido realizadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento (Fonade), uma instituição do governo colombiano contratada pela empresa, mas que não tem cumprido com prazos e exigências da população. Os manifestantes querem que as intermediações sejam feitas por representante da Vale Colômbia ou Vale Brasil.
Além das fronteiras
Contando com a manifestação na Colômbia, desde o início de 2012, cinco outros atos contra a Vale já foram registrados no mundo, em diferentes países. Em suma, os protestos visam a bloquear as ações da empresa em determinadas regiões onde os impactos são considerados irreversíveis e a saúde humana está ameaçada.
Em janeiro e fevereiro, houve manifestações em Açailandia e Buriticupu (Maranhão, Brasil), Cateme (Moçambique), Sudbury (Canadá), Morowali (Indonésia) e agora na Colômbia. Já em Altamira, no Pará, onde a Vale é sócia do consórcio que constrói a hidrelétrica de Belo Monte, manifestantes ocuparam a primeira barragem do rio Xingu e interromperam os trabalhos das máquinas.
Ao divulgar seus lucros bilionários e novos recordes de investimento e renda este ano, a Vale gerou uma indignação geral e a manifestação do Movimento Internacional dos Atingidos pela Vale, que declarou: “São duas faces do mesmo ‘desenvolvimento’, que atropela sem escrúpulos as comunidades que habitam as regiões onde a Vale faz seu lucro estratosférico”.
No Espírito Santo, para a construção da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), a Vale tenta deslocar duas comunidades da sua área de origem. A Chapada do A, com descendência indígena, porém, se recusa a sair. Plebiscito realizado na comunidade negou qualquer negociação com a mineradora, que chegou a ter aprovado o projeto de construir na região, mesmo com a comunidade instalada no meio da sua planta industrial.
A empresa, junto com a ArcelorMittal, é responsável pela emissão de poluentes dia e noite no ar da Grande Vitória, que causam inúmeras doenças, inclusive câncer.
Fonte www.seculodiario.com.br , consultado em 17 de fevereiro de 2012.
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