Assim não Vale
Processo de implantação da CSU em Anchieta foi “legal e transparente”?
Vitória, 22 de abril de 2013 – O presidente do Conselho de Administração da Vale, Dan Conrado, e o diretor-presidente Murilo Ferreira solicitaram uma auditoria sobre as denúncias publicadas pela revista Veja. A auditoria será conduzida com absoluta isenção, até porque nenhum dos dois ocupava qualquer cargo na Vale na época a que se referem os eventos objetos da denúncia. A Vale não compactua com este tipo de método e repudia qualquer atuação desta natureza na empresa, assim como não acredita que tais fatos tenham de fato
ocorrido.
Seguem as respostas:
Embora todos os casos citados sejam relativos à gestão anterior da empresa, a Vale está segura de que essas acusações são absolutamente infundadas e retratam o desespero de um ex-funcionário demitido por justa causa em função de, dentre outros motivos, ter usado o cartão de crédito corporativo de forma indevida. A seguir, alguns comentários: ABIN – Contratamos dois funcionários licenciados da Abin que trabalharam, respectivamente, por 1 e 3 anos na empresa. Não houve nada de irregular na contratação. Os dois pediram demissão, em períodos distintos, por motivos pessoais. MST e Justiça nos Trilhos – Fazemos o monitoramento das atividades dos dois movimentos para evitar a ocorrência de acidentes, já que muitas vezes os grupos em questão ameaçam interromper a circulação de trens, impedir o acesso a instalações da empresa etc. O monitoramento é feito de forma lícita, através de entrevistas e notícias publicadas pelos integrantes dos grupos, incluindo os sites que administram. Jamais tivemos qualquer pessoa infiltrada nos movimentos.
Grampos, Imposto de Renda etc – Jamais fizemos grampos ou obtivemos documentos pessoais de funcionários ou jornalistas. Na gestão anterior, fomos questionados pela Comissão de Valores Mobiliários sobre o vazamento de informações a respeito de uma operação de aquisição. Para isso, todos os funcionários envolvidos no trabalho abriram mão de seu sigilo telefônico (através de documentos oficiais), a fim de provar que nenhuma pessoa tinha telefonado para os jornalistas que publicaram a informação.
CSU – A informação não procede. Todo o processo da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU) foi conduzido de forma legal e transparente.
Por fim, esclarecemos que desconhecemos qualquer denúncia no Ministério Público, uma vez que não fomos notificados.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/em-meio-denuncia-de-grampo-vale-diz-que-reestruturou-area-de-inteligencia-8214296#ixzz2SF0kMiw0
Manaira Medeiros
02/05/2013 16:59 - Atualizado em 02/05/2013 17:01
Espionagem, grampos a jornalistas e funcionários, infiltração em movimentos sociais, coações...nada disso me surpreende, tratando-se da Vale, empresa que desde sua instalação no Espírito Santo sempre se utilizou de métodos “baixos” para concretizar seus ambiciosos planos. Não à toa, há extensos dossiês e denúncias formalizados contra ela mundo afora. O processo de implantação da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU) em Anchieta, sul do Estado, que voltou à tona agora, é apenas um dos inúmeros casos. E, mais uma vez, a Vale mente.
O escândalo que explodiu após denúncias do ex-gerente André Almeida, apontou que a empresa fez aliciamentos dentro da Câmara de Anchieta, para facilitar o andamento do projeto. Esse tipo de “serviço”, relevado pela coluna Radar, da Veja, era de responsabilidade da Diretoria de Segurança da Vale, por onda passavam também as outras atividades suspeitas que tinham como objetivo agilizar a morosidade dos órgãos públicos, como divulgou em seguida o jornal A Gazeta.
Para se defender da bomba lançada em seu colo, que ganhou ampla repercussão, a Vale respondeu o seguinte, em relação à CSU: “a condução do processo ocorreu de forma legal e transparente”. Desaforo, pois os fatos mostraram exatamente o contrário: no histórico da tentativa de implantar uma siderúrgica em Ubu, constam ameaças, favorecimentos, intimidações e irregularidades em licenciamentos ambientais. Isso só para resumir.
Até mesmo porque a missão da Vale não era a das mais fáceis, embora ela se sustente em um sistema poderoso de favorecimentos disponibilizados pelo poder público. A empresa pretendia implantar sua planta industrial em comunidades tradicionais, a Chapada do A e Monteiro, de origem indígena Tupinikim, e a Fundação Nacional do Índio (Funai) foi acionada.
Além disso, o projeto era tão absurdo para o sul do Estado, onde os moradores já sofrem poucas e boas com a poluição da Samarco, que encontrou forte resistência de entidades ambientalistas do município. Durante o desenrolar do processo, denúncias e mais denúncias foram protocoladas no Ministério Público do Estado (MPES), relatando os absurdos.
Por conta desses incômodos obstáculos, tão logo anunciou a intenção de construir a CSU, a Vale passou a se utilizar de instrumentos para cooptar lideranças da região, fazendo terrorismo espalhando mentiras e com pressões para criar clima de desespero entre os moradores. Relatos apontavam também para invasão de privacidade e até a interferência em problemas familiares para fomentar a venda das terras para a empresa.
Passada essa fase inicial e já de posse da Licença Prévia (LP), a Vale arrumou uma nova maneira de seduzir representantes da sociedade civil e difundir seu falso discurso de progresso e geração de emprego. Entraram em campo os cursinhos de formação de lideranças, em parceria com o mesmo MPES, que deveria investigar a empresa - e não investigou.
A mesma omissão era registrada entre os órgãos públicos, estadual e local, e a classe política de uma maneira geral. O ex-prefeito por dois mandatos Edival Petri (PSDB), os vereadores de Anchieta, parlamentares, todos estenderam o tapete vermelho para a Vale. Repetindo o enredo da implantação, no período militar, da empresa na Ponta de Tubarão. E lá vai a Vale construir sua oitava usina, no mesmo esquema de ditar as regras no Estado, custe o que custar.
No centro das articulações que envolvem não só a Vale, mas as transnacionais aqui instaladas, não posso deixar de registrar o papel da conhecida ES em Ação, formada por empresários, empresas de consultoria, institutos de pesquisa e veículos da mídia corporativa, e que atuou em conjunto com o governo Paulo Hartung (PMDB) para deixar o caminho livre aos chamados “grandes projetos”. A entidade, aliás, permanece vivíssima.
Embora os argumentos ambientais e sociais fossem suficientes para a Vale não construir a CSU em Anchieta - índices de poluição do ar no limite máximo permitido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama); esgotamento da capacidade hídrica; inchaço populacional; aumento da criminalidade, e falta de infraestrutura básica - , quem parou os planos da empresa foi ela própria, devido às dificuldades de conseguir um sócio para o empreendimento. O anúncio oficial de que o projeto está na geladeira ocorreu no ano passado e virou motivo de festa na região. Sabe-se lá até quando.
O bom do escândalo da espionagem é que agora a Vale será, de fato, investigada. O Ministério Público Federal (MPF) já abriu procedimento sigiloso e outro processo corre na Justiça do Trabalho do Estado. A empresa terá que prestar contas, pois ai o buraco é mais embaixo.
Melhor ainda será conhecer a lista dos grampeados que ousaram atrapalhar os planos da empresa, não interessava se políticos, jornalistas, ambientalistas, sindicalistas ou presidentes de associações de moradores.
Se procurar os personagens capixabas...
veja a nota da VALE:
Vitória, 22 de abril de 2013 – O presidente do Conselho de Administração da Vale, Dan Conrado, e o diretor-presidente Murilo Ferreira solicitaram uma auditoria sobre as denúncias publicadas pela revista Veja. A auditoria será conduzida com absoluta isenção, até porque nenhum dos dois ocupava qualquer cargo na Vale na época a que se referem os eventos objetos da denúncia. A Vale não compactua com este tipo de método e repudia qualquer atuação desta natureza na empresa, assim como não acredita que tais fatos tenham de fato
ocorrido.
Seguem as respostas:
Embora todos os casos citados sejam relativos à gestão anterior da empresa, a Vale está segura de que essas acusações são absolutamente infundadas e retratam o desespero de um ex-funcionário demitido por justa causa em função de, dentre outros motivos, ter usado o cartão de crédito corporativo de forma indevida. A seguir, alguns comentários: ABIN – Contratamos dois funcionários licenciados da Abin que trabalharam, respectivamente, por 1 e 3 anos na empresa. Não houve nada de irregular na contratação. Os dois pediram demissão, em períodos distintos, por motivos pessoais. MST e Justiça nos Trilhos – Fazemos o monitoramento das atividades dos dois movimentos para evitar a ocorrência de acidentes, já que muitas vezes os grupos em questão ameaçam interromper a circulação de trens, impedir o acesso a instalações da empresa etc. O monitoramento é feito de forma lícita, através de entrevistas e notícias publicadas pelos integrantes dos grupos, incluindo os sites que administram. Jamais tivemos qualquer pessoa infiltrada nos movimentos.
Grampos, Imposto de Renda etc – Jamais fizemos grampos ou obtivemos documentos pessoais de funcionários ou jornalistas. Na gestão anterior, fomos questionados pela Comissão de Valores Mobiliários sobre o vazamento de informações a respeito de uma operação de aquisição. Para isso, todos os funcionários envolvidos no trabalho abriram mão de seu sigilo telefônico (através de documentos oficiais), a fim de provar que nenhuma pessoa tinha telefonado para os jornalistas que publicaram a informação.
CSU – A informação não procede. Todo o processo da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU) foi conduzido de forma legal e transparente.
Por fim, esclarecemos que desconhecemos qualquer denúncia no Ministério Público, uma vez que não fomos notificados.
DENÚNCIA DE EX-FUNCIONÁRIO
MPF investiga acusação de grampo ilegal na Vale
Em meio à denúncia de grampo, Vale diz que reestruturou área de inteligência
Reuters
Por Sabrina Lorenzi
RIO DE JANEIRO, 25 Abr (Reuters) - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, reestruturou a área de inteligência da mineradora após assumir o cargo, modificando a estrutura da gestão anterior acusada de grampo telefônico por um ex-funcionário da empresa.
A segunda maior mineradora do mundo aguarda o término de uma auditoria realizada internamente para então tirar suas conclusões sobre o caso, afirmou o executivo nesta quinta-feira.
O executivo disse em teleconferência para jornalistas, convocada para comentar os resultados trimestrais, que a área de inteligência da Vale foi reestruturada na sua gestão, ao ser indagado sobre o assunto.
Mas, apesar da reestruturação realizada por Ferreira, a Vale afirmou nesta semana que não acredita nas acusações.
O presidente do Conselho de Administração da Vale, Dan Conrado, e Ferreira solicitaram uma auditoria sobre recentes denúncias de um ex-gerente da companhia que havia sido demitido por ter usado indevidamente o cartão corporativo da empresa, segundo a Vale.
A mineradora é acusada de ter usado grampo para monitorar grupos contrários às suas atividades e jornalistas.
"A Vale não compactua com este tipo de método e repudia qualquer atuação desta natureza na empresa, assim como não acredita que tais fatos tenham de fato ocorrido", afirmou a Vale em nota sobre o tema.
GUINÉ
Além desta acusação, a Vale está acompanhando investigações de corrupção supostamente realizada por seu sócio na Guiné.
Executivos disseram nesta quinta-feira estarem confiantes de que nada de ilegal foi praticado pela Vale.
Documentos submetidos a um tribunal federal dos EUA em Nova York relatam que Frederic Cilins, ligado a empresa BSG Resources, parceira da Vale na Guiné, ofereceu subornos para garantir os direitos de mineração para a concessão de Simandou, totalmente detida pela Rio Tinto até 2008.
A BSG Resources e a Vale detêm a concessão de lavra para a metade de Simandou, uma das maiores descobertas do mundo de minério de ferro, mas o trabalho foi suspenso no ano passado depois que o governo começou a rever a licença do projeto.
A BSG, controlada pelo bilionário Beny Steinmetz, tem repetidamente negado as acusações do governo da Guiné, de que pagou subornos para obter os seus direitos de mineração e disse que Cilins não era um empregado.
A Vale procurou se distanciar de seu parceiro, dizendo que não tinha conhecimento das ações Cilins e não teve nenhuma participação em quaisquer ações tomadas pelo Grupo BSG em conexão com a atribuição da concessão Simandou.
A empresa vendeu à Vale uma participação de 51 por cento da concessão em 2010 por 2,5 bilhões de dólares, mas apenas 500 milhões de dólares foram pagos. A Vale se negou a pagar o restante recentemente, argumentando que as metas de desenvolvimento do projeto não foram cumpridas, conforme antecipou a Reuters.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/em-meio-denuncia-de-grampo-vale-diz-que-reestruturou-area-de-inteligencia-8214296#ixzz2SF0kMiw0
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