Dossiê sobre impactos e violações da Vale é lançado no RJ



O “Dossiê dos impactos e violações da Vale no Mundo” foi lançado no Rio de Janeiro após a contribuição de capixabas, mineiros, cariocas e  representantes de cinco continentes sobre os impactos e as violações de direitos humanos cometidos pela Vale. O dossiê foi lançado em um to Público, no encerramento do I Encontro Internacional de atingidos pela Vale, no Rio de Janeiro. O ato contou com 150 representantes de comunidades atingidas pela mineradora.
O documento mostra estratégias utilizadas pela empresa para obter lucros e se tornar competitiva, sem se importar com os impactos ambientais, sociais, econômicos e com o desrespeito aos direitos das populações atingidas.
Através do dossiê, dizem os atingidos, a intenção é dar visibilidade aos fatos que  estão por trás do crescimento da mineradora, principalmente as situações vividas por moradores das áreas pretendidas pela empresa, populações do entorno dos empreendimentos da Vale e trabalhadores e trabalhadoras da empresa.
Ao todo, participaram do encontro representantes de comunidades atingidas pela Vale do Brasil, Canadá, Chile Argentina, Nova Caledônia, Peru, Equador e Moçambique, além de observadores da Alemanha, Itália, Estados Unidos e França, tornando possível, portanto, coletar diferentes relatos sobre as irregularidades cometidas pela empresa.
Dos diversos casos de violações de direitos relatados, destacara-se o caso das cinco siderúrgicas na Estrada de Ferro dos Carajás, que afetam diretamente a população local e poluem os rios. Casos como a construção da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU) em Anchieta, sul do Espírito Santo, em que a mineradora quer desabrigar famílias descendentes de indígenas para construir seu empreendimento e a poluição gerada pela mineradora no Porto de Tubarão em Vitória, também foram ressaltados.
Fora do País, os relatos também não são diferentes. No Peru, a denúncia é sobre o uso de milícias armadas e aparatos de segurança ilegal para dividir e amedrontar famílias que se opõem aos empreendimentos. No Canadá, a empresa tenta rebaixar direitos de aposentadoria e remuneração de trabalhadores da Vale Inço, na sidade de Sudbury, a 400 quilômetros de Toronto.
A situação vivida em Moatize, Mocambique é crítica e lembra a vivida em Anchieta (ES). Cerca de 1,1 mil famílias serão deslocadas com a instalação de um projeto que visa à exploração de dois tipos de carvão: metalúrgico e técnico. As comunidades estão sendo removidas pela Vale e travam uma luta por negociações e indenizações justas. É constante por parte da Vale o desrespeito aos direitos culturais e à identidade com o território, como exumação de corpos e deslocamento de atividades econômicas locais.
Em Anchieta, a pressão sobre famílias envolve inclusive a interferência dos agentes contratados pela Vale em disputas familiares na tentativa de convencer os mais novos a venderem as propriedades. A medida vem gerando conflitos familiares e a revolta dos mais velhos que moram na região há mais de 50 anos.


Conivência do poder público

cinco continentes presentes ao Encontro. Segundo os representantes das populações afetadas, além do poder público a Vale conta ainda com os meios de comunicação e com propagandas publicitárias milionárias para vender uma imagem de sustentabilidade.
Entre as irregularidades ignoradas pelo poder público e apresentadas no encontro estão dados que comprovam irregularidades do leilão da mineradora. “O primeiro deles é a avaliação da empresa, que permitiu que ela fosse vendida por um preço abaixo do que realmente valia. Apesar de seu patrimônio líquido ser, na época, de R$ 10 bilhões, a antiga estatal foi vendida por apenas R$ 3,3 bilhões”.
Durante o encontro, foram pontuados também os prejuízos sociais e ambientais provocados pela empresa. “A Vale emite quantidades altíssimas de poluentes por ano: em 2008 foram 16,8 milhões e toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o que gera sérios problemas de saúde na população. A mineradora é responsabilizada ainda por uma série de atropelamentos ferroviários. Em 2007, foram contabilizados 23 mortos; em 2008, foram registrados nove mortes e 2860 acidentes”.
O silêncio das autoridades sobre os impactos prevalece  também quando o assunto diz respeito às comunidades localizadas ao longo do percurso de ferrovias e que vêm sofrendo com essa situação.
Por: 


Flavia Bernardes 




Comentários

  1. Com a podre-lítica alicerçada nas doações privadas, o que traduz na prostituição da democra$$ia, a tendência é de piora contínua e acelerada. Temos uma boa arma: o voto consciente. Contudo, somos sabotados pela mídia corporativa, que pega todos os penduricários para os nlevar para bem longe do porto seguro, que está bem alcance de nossos olhos. Outubro se aproxima, esqueçamos a seleção do Ricardo Teixeira ( o Dunga é só mais um); esqueçamos o Bruno, também a Eliza, já foi... O que importa é a eleição. Nosso descuido é perigoso, nossa arma, o voto. Saudações libertárias Anchieta!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Exerça à cidadania, contribua com Anchieta.

Postagens mais visitadas deste blog

Novo circuito turístico em Anchieta, Vale Viver Corindiba

LUTA PELA TERRA. Auto-reconhecimento da comunidade indígena Tupiniquim da Chapada do A em Anchieta

Anchieta é a cidade mais rica do Espírito Santo e a 10ª do Brasil !