SÍDERÚRGICA CSU - Encontro dos Afetados pela VALE (CVRD)
Vinte capixabas representarão, no Rio
de Janeiro, os atingidos pela Vale
8/4/2010 Flavia Bernardes
Há apenas um ônibus e vinte lugares para hospedagem gratuita, mas ainda assim não param as mobilizações para garantir a ida dos capixabas ao I Encontro Internacional de Populações, Comunidades e Trabalhadores atingidos pela Vale, que ocorrerá no próximo dia 12, no Rio de Janeiro. No encontro, segundo os capixabas, será denunciada a poluição gerada pela mineradora; a pressão sobre a comunidade de Chapada do A, em Anchieta, para a construção de sua siderúrgica e a cooptação de políticos no Estado.
Segundo o Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama), que organiza a ida dos capixabas ao evento, ainda há vagas no ônibus que sairá de Anchieta dia 11 de abril e retornará no dia 16. A lista de participantes será encerrada às 19h desta quarta-feira (7).
O encontro, que reunirá 150 representantes de comunidades atingidas pela Vale em mais de 20 países nos quais está presente, ressaltará as conseqüências da atuação da empresa em cada região, inclusive as suas populações locais; postura da empresa diante de seus trabalhadores e das comunidades atingidas; quais os crimes cometidos nestes processos e, por fim, o envolvimento da empresa com a política e como estes poderes se articulam para viabilizar empreendimentos de grande impacto social e ambiental.
“Estes pontos devem ser esclarecidos antes do próximo comercial de TV com pessoas sorrindo em uma empresa feliz”, dizem os que reivindicam justiça em relação à atuação da Vale no País, conforme publicado no endereçohttp://atingidospelavale.wordpress.com.
Participam do encontro o Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale; Rede Alerta para o Deserto Verde (ES); Conselho dos Direitos Humanos (ES); Comunidade da Chapada do A, em Anchieta (ES); Conlutas – Coordenação Nacional de Lutas; CPT – Comissão Pastoral da Terra; CUT – Central Única dos Trabalhadores; Fair Deal Now! – Vale Inco Families and comunity members; Fase Amazônia; Fazendo Media; Fórum Social Urbano; Grito de los Excluídos – Continental; Grito dos Excluídos – Brasil; Ilaese – Instituto Latino Americano de Estudos Sócio-Econômicos; Justiça Global; MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens; Macaca – Movimento Artístico, Cultural e Ambiental de Caeté; Movimento Xingu Vivo Para Sempre; MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, entre outros grupos.
Segundo os atingidos pela Vale, a exploração de minério e suas atividades da cadeia siderúrgica têm causado sérios impactos sobre o meio ambiente e a vida das pessoas pela poluição das águas com produtos químicos, internvenção direta na destruição dos aqüíferos, produção de grande volume de resíduos; emissão de CO² (dióxido de carbono) na atmosfera; desmatamento; destruição de monumentos naturais tombados; emissão do pó de minério; pressão sobre comunidades para instalar seus empreendimentos e a associação com políticos para viabilizar seus empreendimentos.
“A extração nociva de bens naturais, destruição dos patrimônios culturais e os danos causados ao meio ambiente são, em alguns casos, irreparáveis, e produzem danos permanentes à vida. Portanto, para os atingidos, o I Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale será a consolidação de uma rede formada por movimentos, sindicatos e organizações dos cinco continentes”.
Além disso, o encontro representa para os atingidos uma forma de alertar a sociedade sobre a suposta sustentabilidade vendida nos comerciais da empresa .Para eles, a “responsabilidade social e ambiental” da Vale é estampada em comerciais apenas para ocultar o desrespeito e a intransigência da empresa com as comunidades e os trabalhadores atingidos por ela.
Ao todo, participarão do evento famílias que reclamam direitos fundamentais de sobrevivência; trabalhadores explorados em minas de ferro, carvão, níquel, cobre; ambientalistas; estudantes e professores; indígenas e quilombolas, entre outros, que, em conjunto, pretendem “expor a verdadeira imagem da mineradora.
“Somos cidadãos enganados, desempregados, favelados, marginalizados, doentes; somos sem terra, sem teto, sem trabalho, sem futuro. Somos brasileiros, chilenos, peruanos, argentinos, moçambicanos, canadenses indignados com o saque cotidiano de riquezas que pertencem a nossos povos”, dizem eles.
No Rio de Janeiro, a associação da Vale com a Thyssen Krupp implantará a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), enquanto no sul do Espírito Santo os planos prevêem uma siderúrgica em Ubu, em Anchieta, com capacidade de emissão de poluentes maior do que é produzido pela mineradora em todo o País. Ao todo, serão 9,7 milhões de toneladas de CO2 despejadas no ar da região.
Trinta e Seis entidades assinam a convocação para o encontro, que debaterá os impactos da mineradora em todo o mundo as entidades. São elas: Campanha Justiça nos Trilhos, Movimentos pelas Serras e Águas de Minas, Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale, Movimento pelas Serras e Águas de Minas, Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale, Fórum Carajás, Conlutas, Pacs, Rede Justiça Social e Direitos Humanos, Rede Brasileira de Justiça Ambiental, MST, MAB, Instituto Latino Americano de Estudos Sócio-Econômicos, Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular, Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos, Sociedade Paraense dos Direitos Humanos, Instituto Madeira Vivo, CPT Nacional, Associação Paraense de Apóio às Comunidades Carentes, Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia, Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (AMB), Movimento Artísitico, Cultural e Ambiental de Caeté, Sindicato Metabase Inconfidentes, Justiça Global, Assembléia Popular Nacional, Jubileu Sul Brasil, Grito dos Excluídos (Brasil), Grito dos Excluídos Continual, Associação de Favelas de São José dos Campos, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Associação de Pescadores de Pedra de Guaratiba (AAPP), Coletivo Baía de Sepetiba, Fase, entre muitas outras.
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