Crianças que sofrem abuso sexual no ES estão ficando desamparadas. Governo estadual nada faz.


"Poder público não está preparado para a seriedade desse serviço"

Priscila Bueker
pbueker@eshoje.com.br


Apesar da função social que exerce, o Pavivis sempre sofreu com o descaso dos governantes. Inicialmente o Programa recebia verba da Prefeitura de Vitória que era repassada pelo Governo Federal. Como o programa atende todo o Estado, a Prefeitura se sentiu prejudicada ao destinar este valor para o convênio. Depois de encerrado o contrato, a Prefeitura achou melhor investir em outro Programa chamado 'Sentinela', que engloba somente os moradores da Capital.
Com isso, o Pavivis foi obrigado a reduzir o número de atendimentos.
"Não tiro a razão deles, mas quem perdeu com isso foi a comunidade. Na época a prefeitura custeava o programa com R$2.600,00 e o governo federal com R$13.000,00. Por razões desconhecidas e por politicagem tiraram nosso apoio. Uma vez fui convocada para uma reunião com o vice-governador
Ricardo Ferraço, no Palácio Anchieta. Ele pensou que eu era uma madame cuidando de uma ONG qualquer. Quando viu que o programa era do Estado, virou as costas. Já tivemos reunião com várias autoridades inclusive com a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público, mas não deu em nada. Eles não estão preocupados, muito menos preparados para lidar com isso", contesta a coordenadora.
E completou: "Nós também já conversamos com o senador Magno Malta, da CPI da Pedofilia. Na época, ele deu um tapinha nas costas e falou que já faz o papel dele que é incentivar a denúncia. Expor os casos é importante, mas se não existir um amparo legal, a vitima continua sendo ameaçada, sem contar as sequelas mentais, que se não forem tratadas, ficam para a vida toda.
Quando recebo cartinha de político aqui, eu rasgo porque nós não nos conformamos com migalhas, eles só querem se promover. Nós queremos soluções sérias."
As pessoas atendidas pelo Pavivis, além do atendimento completo, são acolhidas em um ambiente de paz, com amor e carinho.
Como forma de respeito, os casos são mantidos em sigilo. "Gostaríamos de continuar funcionando com bons profissionais, boa infraestrutura para que estas pessoas possam viver dignamente. Nós fazemos nossa parte, agora falta toda a sociedade e o poder público que precisam se mobilizar. Em cinco de outubro acaba nosso convênio de funcionamento com o Estado. Precisamos de apoio e
recursos financeiros", finaliza.

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